E de repente chega à maturidade. Sem idade, sem passado, sem
futuro. Despretensiosa no andar, carregada de conceito, cheia de malas que a
vida a presenteou. Impregnada de tolerância, abastecida do sofrer, repleta de
vontades e dona do saber. A maturidade é calmaria, perdão, dever cumprido, humildade
e querer. É saber respeitar o tempo, as coisas e, sobretudo as pessoas do jeito
que elas são. É colorir o mundo e descolorir, gritar e silenciar, sorrir e
chorar de cabeça erguida e face lavada. Por mais pesada que seja uma lágrima,
mais pesado é o orgulho que sentencia nas costas o fardo ecoado do vazio
atemporal. Maturação não vê vantagem, faz escolhas. Com ar de mistério e olhar escavado
analisa as superfícies sem deixar influenciar. Aproxima-se e faz morada no
contraditório por não ver desafio em demonstrar afetos. Revela a leveza de ser e
grita aos quatro cantos o sabor de sentir. Porque amadurecimento é saber apreciar
uma brisa, mesmo quando o desejo é de um banho de chuva. A generosidade é o sustento
da maturidade.
“Quem espera vantagem
das suas obras é escravizado pelos seus desejos”
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