Ass: Meu eu lírico



 Sou dessas noveleiras inveteradas, do lirismo e do encanto, do romance e do sonhar.  E de tanto tirar os pensamentos para dançar me parei num passo ao ouvir em Flor do Caribe a seguinte frase: “A gente não vê o mundo como ele é, a gente vê o mundo como a gente é”. E me senti orgulhosa porque eu acredito na bondade e odeio injustiças. Sou dessas que não mede esforços pra ajudar quando acho justo e dou meu coração por uma causa nobre. Talvez seja por isso que vejo nas pessoas sempre mais do que elas são, por me dedicar tão profundo a humanidade e não ao material. Ao coração e não aos impulsos da razão. Sou de me iludir por acreditar na fantasia do amor, sou de dormir com um sorriso no rosto ao ver o verbo amar ser praticado, sou de gostar das palavras ditas de forma bonita por ser externada a beleza de sentir. Eu sei o que quero e mais do que decidida eu sou sensata. Não sei engaiolar meu modo de viver. Eu nasci pra libertar as amarras da vida. Para abraçar o vento que bagunça meu cabelo e enxuga minhas lágrimas. Sou dos passos curtos, dos pés descalços e do sorriso largo. Sou da água salgada que equilibra a doçura de viver. Não corro porque aprecio cada instante como o tempo que corre em minhas mãos. Registro momentos para recordar na velhice. Contarei várias histórias para meus netos. Gargalho com a alma que é pra sacudir o interno. Faço pelos meus o impossível porque amor é fé. Deus é minha fortaleza. Contemplo minha mãe como um santuário, minha família como templo e escolho meus agregados a dedo. Sou dos detalhes, ranzinza e de fazer bico. Não pise no meu calo. Prefiro escrever do que falar, quando preciso falar é para cicatrizar minhas feridas. Algumas deixaram marcas. Sou de jurar para poucos por respeito e lealdade. Não falo com qualquer um. Tenho medos bobos e coragem absurda. Não desafio a altura, mas sonho alto. Não me prendo a tristeza, porque seguir adiante é minha meta. E assim como todo final de novela eu busco ser feliz. Queria que o símbolo do infinito fosse tatuado no amor para que o mundo fosse eternizado como eu sonho. Porque assim o dia amanheceria com cartas e ramalhetes.

Nenhum comentário: