A teimosia
é uma âncora do coração que insiste sempre até o impossível da razão. Como se
fizesse da memória morada com detalhes de quem veio pra ficar por escolha e
emoção. Que abre a boca e as portas de dentro e se desprende das horas e do
vazio. Um espasmo de poesia sã. O compositor de um par em valsa, uma dança
acompanhada de samba canção. Porque o coração é uma mala feita de lição e refeita
de aprendizado. Passagem de ida com o que ficou de bom e um bilhete que deixou
cair no chão com todas aquelas vezes que esqueceu de sorrir. Carta com
infinitas tentativas de acordar o silêncio e ensurdecer o correio. É uma
partida com reencontros. A linha de cada palavra que pensamos em dizer e tudo
que nos faz sentir. É um juramento do pra sempre eternizar, porque é a casa do amor
que nunca deixará de ser. Jardineiro da felicidade que florir a vida. Caminho
de escolhas que não faz do hábito um estilo de vida, porque é nele que chorando sempre se acaba sorrindo. Nada é ensaiado porque
tudo é palco do sentir. O coração aproxima a distância e aconchega o perto.
Porque tudo pulsa poesia bonita como uma abertura espontânea do peito meio bobo
e muito sem jeito de quem sabe amar. É
preciso de muita nota em tom maior pra gente que sorrir do nada. Porque ele
gosta de gente que presta conta com o que deixou
de si e que leva algo do outro, ele gosta de gente que se aprofunda e afoga no
fundo das pessoas. De gente que não trabalha no raso. Que deixa a porta
entreaberta na varanda dos bons sentimentos. Que abandona as cargas no cais do
esquecimento e ancora o mesmo amor em todos os portos. Porque quem anda com o
coração sabe sempre o caminho de casa.
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