Resolvi
desapegar geral. Não coleciono o efêmero, meu álbum não tem espaço para o
fugaz. Gosto de eternizar bons momentos. Não caibo no meio termo. Não combino
em cenário sem romance. Eu escolhi folhear páginas de sentimentos e deixei o
hábito de apagar histórias na adolescência. Isso de brincar com o coração dos
outros é coisa do ego, característica da imaturidade. A maturidade me fez entender
o que quero e hoje posso escolher. Uma noite é muito pouco, não daria para
apreciar todas as estrelas. Numa manhã é melhor apreciar o raiar do dia e a
tarde o pôr do sol. Eu cansei dos efusivos convites sem nexo. Dos papos sem
noção em mensagens como se eu fosse um objeto de vitrine, não tenho mais
paciência para o faz de conta, não sei fingir. Na brincadeira de dar corda, eu
enforquei as possibilidades. Não quero enrolar mais nada. Eu lamento que a
simpatia pareça alimentar certos comportamentos doentios. Que você atender a um
telefonema nada a ver, sem que e nem pra onde, possa parecer que você pretende
alguma coisa. Educação mandou lembranças! Tenho preguiça dessa devassidão. Não
quero tentativas do que não me emociona. Não quero um romantismo falido como
estes visto em qualquer esquina e bancas de jornal. A falta de amor virou
manchete e o que sobrou é fato do sensacionalismo arraigado a herança machista.
Não quero ser a mulher do cardápio de uma segunda, nem quero ser a amiga colorida,
avalie amante de um final de semana. O que escolhi não tem preço e nada deste
mundo existe de mais belo. Eu quero o que faz vibrar o corpo todo, faz brilhar
os olhos, arrepia a alma e abraça a felicidade. Por isso estou me desapegando
do que não acrescenta. Essa de se fazer de amigo e tentar se aproveitar de situações frágeis
já me fez entender e da pior forma. Agora tenho mestrado e doutorado nesse faz de conta. Não adianta querer ser mestre da canalhice. Eu resolvi dedicar meu tempo totalmente
ao desapego. Cansei de ser legal com a má intenção e a maldade. Não alimento
mais o egoísmo dos seres incapazes de pensar no outro. Pessoas que não entendem
do sofrimento alheio é porque são insensíveis do coração.Só lamento! De chata meu novo
adjetivo passou a ser ruim o que me faz gargalhar, enquanto me desfaço do que
não presta. Tô assistindo de camarote a falta de dignidade, a presunção e o caráter
duvidoso. O desapego é a libertação do que não vale a pena nem para cumprimento
de educação. Estou fechando a cortina da hipocrisia e dando graças a Deus a
todo o adeus que recebi. Bjo e não me liga!
*A justiça divina tarda mas não falha
*A justiça divina tarda mas não falha
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