"Seduzir"

Sedução, arma dos fracos e estratégia cambiante. O sedutor precisa dominar, por saber-se frágil demais para compartilhar, enquanto o seduzido recusa o princípio de realidade, em favor de uma aposta no devaneio. Quem seduz sabe que precisa negar a realidade das coisas para, por intermédio da ilusão, atingir o objetivo. No enredo da sedução, há invariavelmente a construção de um "jogo"em que o sigilo das verdadeiras intenções se faz determinante para a obtenção do pretendido. Todos os movimentos da sedução devem ser tramados pelo sedutor. É ele quem espacializa mesmo quando finge submissão. Mentem pra si mesmos que só o que importa é o "outro, quando, na verdade, é apenas o "EU" que clama pela posse definitiva. O sedutor é um tirano acovardado. O tirano é um sedutor frustrado. O fingimento das intenções norteia os gestos e os sentimentos do sedutor, armando a teia na qual sediará a presa.

"Seduzir é morrer como realidade e produzir-se como engano", definição de Jean Baudrillard.

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