# Batateira


         Resolvi dar um F5 na minha raiz irônica(mente). Do solo a superfície, a face,  o olhar. Tudo de mel. Uma doce flor, de tanto amar(ela), vermelhou.  No arrebol  (de)leite. No Lumaréu  aproveite. Em terras firmes     ama(dor), em céu, nos ares, amor.
    Dias de chuva vem lavar, pra brotar, pra colher, pra doar, quiçá (re)colorir. Tempo cinza se destaca, desenha, desbota, o botão, uma pétala, o espinho de uma rosa. (E)namorar-se em tempestades é película preto-e-branco, é pele, filme, (fotos)síntese de lembranças e estação. No inverno ou (nu)verão.
    Base que flo(rir). Se faz em boca, no chão... Quando no ar é nuvem e pode ser de algodão. Não tem azedume nem solidão. Tronco de risos, solo da vida, batimento do corpo. É firme, é origem, é coração. Dono da imensidão, não tem vácuo. É cortina de palco continua(mente²) aberta. Horizonte de jardim, florão. Uma janela rizoma pro (in)finito da aquarela. Côncavo-convexo da razão e emoção.  
   Além-mar os sonhos ondulam com ventanias de volúpia. As flores desaguam sua essência.(Des)prende as formas, prende o profundo , o fundo do ser. (A)bordo, a beira da borda a liberdade de supor(se). Tripulante do caule, da veia, é fruto que semeia, é cata-vento de sopro. Utopia dos deuses. Afago do peito para qualquer objeto ou sujeito.
   "Florescritura de batata" é coisa assim d’alma à flor da pele. Necessita dos 4 elementos e sonhos entre os espaços. São partículas de pensamentos como gotas de orvalho que caem juntas em bica de qualquer telhado.  É retrato ou  porta-retratos de  suposição ou relato. É tintura ou desenho de um olhar (re)tratado.  Uma miragem poética, literária e temperada.



Batata quente na manteiga derretida!

Um comentário:

Fausto disse...

Texto perfeito! Mergulho em diversas sensações estéticas para contar a riqueza da flor batateira. Sonoridade, parênteses que ampliam o significado de uma palavra e sensações que te transportam para uma manhã no campo. Batata danada!