Êmese

Hoje me sinto como àquelas obras que terminara em longo prazo. Fui cortiça da dor que um homem sente em enfrentar algum obstáculo. Toda mulher que se preze entende minhas palavras neste momento. Porque não existe uma que não tenha se doado por querer. É muito simples fazer isso quando estamos decididas, assim como decidimos também o adeus. Não é uma questão matemática, a gente não calcula, a gente doa. Mas de tanto se doar queremos o básico e simplório respeito. Essa é a palavra de ordem e regimento na vida de uma mulher. Somos tudo e não somos nada. Quem mais conseguirá erguer a beleza e sensibilidade que ao mesmo tempo confronta força e dedicação como o “sexo frágil”?

Deve ser muito simples você administrar os deveres domésticos, sentimentais e profissionais. Nossa! Esqueci o mais importante, à família e àqueles quem dedicamos o mesmo carinho. É importante lembrar que nós mulheres fazemos isso com supremacia sem almejar reciprocidade, porque amamos até os defeitos. Mas queremos uma faísca de mau que se traduz bom, um aperto de abraço que enrosca as pernas, um olhar que não precisa de palavras, queremos o que a gente conhece com maestria. Porque nosso silêncio é ensurdecedor. A gente vê como raio x, deseja como sede, toca como algodão... Mas podemos furar como espinhos. Somos de esbravejar nossos sentidos e bater no peito- esses, temos em demasia-quem mais pode bater?

A fragilidade incumbida de valores incomparáveis se faz valer nos olhares que dedicamos  amor.  É preciso amar acima de tudo para doar o amor. Um espelho não reflete sentimentos quando se procura nele o superficial. No arquétipo social é manifesto o fato histórico quando se coloca na balança o preço que se paga por um relacionamento duradouro e ainda mais saudável. A mulher de 2012 é o perfil de independência estipulado num padrão social em que ela se enquadra como plural e o homem sempre como singular. Herança de uma construção humana falha. Porque até mesmo sozinhos, ambos carregarão alguém no coração.

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