RUBY

Às vezes você acorda de TPM e a única coisa que faz é se afogar em lágrimas, esquecendo o mundo lá fora. Perdida na feminilidade uterina de um planeta cor-de-rosa. E vem a ridícula da imaginação tirar onda com seu dia triste. Fazendo um tipinho sórdido de causar lamúria, coisas do passado, perdas insignificantes, um objeto querido e toda futilidade da ocasião. A exigência, como mera personagem deste cômico momento, é de exclusão social.

Poupe-me! A questão é... Um pouco de dosagem. Talvez usar o antídoto da felicidade nos dias que antecedem com a chegada, funcione. E alguma felizarda seja laureada. Fato que não presenciei, mas quem sabe. Nos dias vermelhos você parece virar uma espécie de quatro patas. Eles utilizam um tipo de faro e nos olham com olhos de caçador. Inocentes! Tentando despertar a fera que habita em você.

Calma, um dia é da caça, outro dia do caçador. A mulher sangra para o homem testar a paciência. É denominado “marido” o que no teste passar.

Verdade seja dita! O seu tão chorado período acaba influenciando intrigas, separação, reconciliação, desabafo, melancolia e algumas cólicas. Bando de filhas de Maria. Cantava a saudosa Elis Regina, é um dom, uma certa magia. Basta de sortilégios! Você não escolheu esse compromisso e já nasceu com o fardo. Árduo trabalho de sangrar. Sangrando sem gostar, mas ovulando. Não serve de consolo e ao mesmo tempo nos consola.

Sonhar e creditar esperança também faz parte da mulher. Quando a gente se perde em pensamentos, são gerados atos quase sempre admirados. E de tanta sensibilidade atribuída que chorar não custa nada para quem traz no corpo a marca de ser mãe.



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