A singularidade com que os olhares se cruzam e em segundos desperta a imensidão
da beleza, é uma miudeza que tem um olho ao amar. É a leveza que sentimos como
se estivéssemos em casa de porta escancarada. É como não ter como trancar o
coração. Na imensidão faz clarear os dias quando não são de verão. São olhares
que falam, risos que ouvem, mãos que abraçam. Quando não olha, arruma um modo
de se aproximar. Ai vem à fala que parece musicar o acender do sol, iluminado
de sorriso e que riso. O amor é nota musical. O amor é livre por amar sem
esforço, por amar sem engodo, por amar o outro do jeito que ele é. O amor é
tesouro, é o pêndulo precioso de quem não desiste num momento novo. Quando o
amor nos habita ele é sobrevivente dos desencontros para poder encontrar
naquele certo entrelaçado das mãos o afago e assim desfrutar do melhor abraço.
E o mundo em piruetas no silêncio que nenhuma palavra precise ser balbuciada,
os corações se encontram como se no mesmo instante tocassem o céu. Amar é a
vontade de ir lá pertinho um monte de vezes só por amar. Não importa quanto
tempo passe, onde esteja, o amor pulsa latente, revigora os sabores, inaugura
saberes. Para o amor nada permanece inalterado, tudo pode ser encaixado.
Encontrar o amor é nos humanizar dos sentidos. É doar o coração para troca.
Porque o amor não basta numa relação se não exercitado com todos os outros bons
sentimentos.
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